Examinava tudo minuciosamente, mas minha tentativa de análise foi interrompida e minha atenção foi desviada para uma cena em particular que me despertou e me deteve ali.
Fui levada a observar uma criança que brincava na areia com um senhor que aparentava ter idade bem avançada, a criança tinha em mãos uma bola, seu rosto transmitia uma grande satisfação e contentamento, parecia estar tão concentrada naquilo que fazia que nada a sua volta desviava-lhe a atenção, brincava como se aquela fosse a última vez, o último dia, minuto ou segundo que lhe restara de vida.
Prendi-me naquela cena por alguns instantes; a atitude daquela criança, seu entusiasmo que parecia arrebatar-lhe a emoção, me levaram a refletir novamente sobre a minha vida e fazendo com que surgisse dentro de mim uma indagação: será que em todos os momentos que já vivi, em cada instante, em cada oportunidade que já tive, eu soube aproveitar cada segundo como se fosse o último, como se fosse vivido pela última vez com grande entusiasmo e satisfação, certa de que aquele momento nunca poderá ser vivido novamente...?
Minha reflexão foi interrompida, dessa vez pelo murmúrio suave das ondas, que me despertou a ver que já havia se passado algumas horas, a praia estava ficando deserta e já havia anoitecido. Caminhei em direção a minha casa, dessa vez com a certeza e convicção do rumo e destino que tomaria, levando comigo uma lição que jamais será esquecida: viver cada instante de vida que me resta como se fosse o último.
Colégio Estadual Sargento Antônio Ernesto
Turma: 3003